A
Polícia Civil do DF concluiu o inquérito sobre a ofensa feita à
atendente negra Marina Serafim dos Reis, 25 anos, em 29 de abril. O
delegado da 5ª Delegacia de Polícia Marco Antônio de Almeida, indiciou
por injúria racial o psicanalista Heverton Octacílio de Campos Menezes,
62 anos. Ele teria dito à jovem que ela "deveria estar na África, cuidando de orangotangos", ao ter sido repreendido por querer furar a fila do cinema.
O
inquérito foi encaminhado à Justiça e, em seguida, remetido no último
dia 23 para análise e manifestação do Ministério Público do DF e
Territórios.
Segundo a lei, "injúria é o ato de ofender a dignidade ou o decoro".
Quem a pratica comete o crime previsto no artigo 140 do Código Penal,
com pena de um a três anos de prisão e multa. O parágrafo 3º estabelece
que a injúria racial consiste na utilização de elementos referentes à
raça, à cor, à etnia, à religião, à origem ou à condição de pessoa idosa
ou portadora de deficiência.
No histórico de ocorrências
envolvendo Heverton, estão 10 denúncias de injúria, desacato à
autoridade, lesão corporal e injúria discriminatória com cunho racial.
No
mês passado, o acusado comprou um ingresso para assistir ao filme
Habemus Papam e tentou passar na frente dos demais e ainda deixou
subtendido que a moça não estava apta para a função. Com medo da reação
das outras pessoas, ele correu até as escadas rolantes e conseguiu
escapar de um shopping da Asa Norte.
Quase um mês após esse
episódio, o Distrito Federal registrou mais uma ocorrência de injúria
racial na manhã de sábado (26). Desta vez, a vítima foi o sargento da
Polícia Militar Cléber Silva, ofendido durante o atendimento de uma
ocorrência de acidente de trânsito no Pistão Sul, em Taguatinga. O
acusado é um engenheiro civil de 34 anos, que acabou encaminhado à 21ª
Delegacia de Polícia.
Por volta das 6h, o suspeito bateu uma
caminhonete Hilux em um poste de luz, mas não quis se identificar aos
bombeiros e aos policiais que atenderam a ocorrência. Visivelmente
embriagado, o condutor foi levado para a delegacia, onde teria dito na
frente de policiais civis e da delegada Nancy Peixoto: “Eu não sei o que esse negão acha que pode fazer comigo me trazendo aqui”. Ele se referia ao policial Cléber.
Após
a declaração, ele acabou preso em flagrante por desobediência e injúria
racial. A polícia o soltou cerca de uma hora depois após o pagamento de
fiança de R$ 3 mil. Se condenado, o engenheiro pode pegar de um a
quatro anos pelos dois crimes.
Ao chegar à delegacia, o acusado teria se exaltado.
“Ele ainda xingou o agente de ´palhaço´ e de tudo o quanto é nome. É
complicado esse tipo de situação porque uma pessoa instruída deveria dar
o exemplo”, criticou Arcanjo. Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, o engenheiro estava visivelmente embriagado.
No carro dele, os militares sentiram odor de bebida alcoólica derramada. “Ele se recusou a soprar o etilômetro, mas o veículo estava encharcado”, revelou o soldado Arcanjo.
http://www.espacovital.com.br, em 29/05/2012.
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