Em
discurso da senadora Ana Rita (PT-ES), em 05/06/2012, fez um balanço da
atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra a
Mulher, que completou 100 dias de atividades.
A comissão foi instalada em
fevereiro/12 para investigar a violência contra a mulher e apurar as denúncias de
omissão do poder público. Ana Rita é a relatora da comissão, presidida pela
deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).
A
senadora informou que a CPI realizou 18 audiências, das quais 6 foram
realizadas fora de Brasília. Para Ana Rita, a situação de descaso com a vida
das mulheres é igual em todo o país e agravou-se nas últimas décadas. Ela
registrou que o Brasil é o sétimo país do mundo em morte de mulheres.
Segundo
a parlamentar, pesquisas apontam que apenas cerca de 10% dos homicídios são
investigados com sucesso no país. A falta de estrutura e a baixa qualificação
técnica da polícia e a demora do Judiciário refletem, na visão da senadora, a
pouca capacidade do Brasil em realizar justiça no prazo adequado.
Ana
Rita reconheceu que o país registra avanços em relação à legislação sobre o
tema, mas disse que ainda há muito a fazer. Ela cobrou mais ações por parte dos
estados.
Segundo Ana Rita, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) é uma das
mais modernas do mundo, e mesmo assim sua esbarra em dificuldades no
Judiciário.
A
senadora deu o exemplo de Fernanda Rodrigues Crisóstomo, que foi morta em
fevereiro passado, no Espírito Santo. A senadora contou que Fernanda - após
peregrinar sem sucesso por mais de 30 dias em busca de uma medida protetiva em
delegacias especializadas, Ministério Público e Poder Judiciário - foi
assassinada pelo seu ex-companheiro.
Em
outro caso, ocorrido em maio, Renata Rocha Araújo, de Minas Gerais, pediu
medida protetiva contra o ex-companheiro. No entanto, contou a senadora, o juiz
disse que não havia provas para a adoção da medida e que a Lei Maria da Penha
não foi feita "para destruir famílias". Renata também terminou sendo
assassinada.
Segundo
a senadora, esse tipo de entendimento distorce o objetivo da Lei Maria da
Penha.
- As
instituições públicas precisam realizar suas atribuições com zelo e não tolerar
abusos individuais que possam levar a situações irreversíveis, como o caso de
morte - disse.
Fonte: site do IBDFAM e Agência Senado
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